terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Poucas explicações



        Nesta segunda-feira (04), por volta das 10 horas da manhã, Romilda Suinka chegou ao nosso campus, onde um grupo de alunos e uma parte da Diretoria do Grêmio a esperavam desde as oito horas. Em reunião, ao ser indagada sobre os motivos que levaram a Reitora Cibele Monteiro a tomar a decisão de destituir César Dias da direção do campus Cabo Frio, Romilda disse que “não havia comunicação entre o campus Cabo Frio e a Reitoria” e que isso era prejudicial para o “projeto de institucionalidade do IFF”.
        “A Reitoria não sabia de nada que estava acontecendo aqui”, disse. Para sanar esse problema de comunicação, Romilda nos explicou que a Reitora Cibele optou por exonerar o Professor César Dias da direção do campus.
        Apesar de uma hora e meia de reunião, Suinka pouco esclareceu sobre as questões políticas que determinaram a mudança. Ao ser questionada pelos alunos acerca desse tema, Romilda preferiu não comentar, justificando que “o assunto envolve a Reitora Cibele” e há de se preservar a ética. Em um momento mais complicado da reunião, quando foi feita menção firme sobre “motivos políticos escusos”, Romilda Suinka mudou o semblante, trocou o tom de voz e passou uma lição de moral.
        Tenso. Muito tenso.

Os Mequetrefes.



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"Obriga-o a compor a mentira alheia para a usar como se fosse a própria verdade. Permeiam a nossa obediência, castigam a nossa inteligência e desalentam a nossa energia criadora. Somos opinados, mas não podemos ser opinadores. Temos direito ao eco, não à voz, e os que mandam elogiam o nosso talento de papagaios. Nós dizemos não: nós negamo-nos a aceitar esta mediocridade como destino.
Nós dizemos não ao medo. Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser. O colonialismo visível proíbe dizer, proíbe fazer, proíbe ser. O colonialismo invisível, mais eficaz, convence-nos de que não se pode dizer, não se pode fazer, não se pode ser. E neste estado de coisas, nós dizemos não à neutralidade da palavra humana. Dizemos não aos que nos convidam a lavar as mãos perante as quotidianas crucificações que ocorrem ao nosso redor. À aborrecida fascinação de uma arte fria, indiferente, contempladora do espelho, preferimos uma arte quente, que celebra a aventura humana no mundo e nela participa, uma arte irremediavelmente apaixonada e briguenta."

GALEANO, Eduardo, Nós Dizemos Não, Editora Revan, Brasil, 1990.






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