quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Confirmada saída de diretor adjunto do IFF*

Leonardo Barros


        Assim como temia o Grêmio Estudantil, depois da exoneração do diretor César Dias, outros cargos deverão ser mudados no campus Cabo Frio do Instituto Federal Fluminense (IFF), seguindo rumores que circulavam desde a última segunda-feira. Foi confirmada a saída do diretor adjunto da unidade, Bartolomeu Arruda — que foi o candidato do campus na eleição do Conselho Superior, no ano passado. Segundo ele, após reunião na própria unidade, houve pedido para a entrega do cargo, o que não foi atendido pelo professor. No entanto, segundo a nova diretora, Romilda de Fátima Suinka, a saída do adjunto já é certa. Através da assessoria, a instituição informou que, com a mudança de direção, é natural que haja mudanças na equipe, assim como ocorre em todas as unidades.
        O professor Bartolomeu Arruda disse que a decisão veio após uma reunião dentro da própria instituição.
        — Estava de férias e fui chamado para conversar no campus, na segunda-feira. Estive lá e não entreguei o cargo. Mas acho que vou ser remanejado. Ainda não sei se vou voltar para Campos, só pedi que minha transferência seja feita como foi aqui para Cabo Frio — disse o professor Bartolomeu.
        Segundo a assessoria de imprensa do IFF, a nova diretoria tem o direito de escolher a sua equipe. Por isso, com a mudança em Cabo Frio, alguns funcionários saíram e outros deverão continuar.
        Por sua vez, a diretora Romilda disse que a saída é uma vontade do professor.
        — Eu e o Bartolomeu tivemos uma conversa muito boa na segunda-feira, pois nos conhecemos e respeitamos o trabalho um do outro. Ele me falou os motivos dele, um deles é a falta que sente de sua família que mora em Campos. Esse momento que estamos passando tem que ser tratado com muita conversa. Já me reuni com os alunos do Grêmio três vezes e estamos tratando dos assuntos do campus, para que ele se fortaleça cada vez mais — disse.
        A exoneração do ex-diretor César Dias aconteceu dia 28 de dezembro.


*Matéria publicada no jornal Folha da Manhã no dia 13 de janeiro (disponível virtualmente no Folha da Manhã Online - para ter acesso às reportagens, é necessário fazer cadastro)


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"Obriga-o a compor a mentira alheia para a usar como se fosse a própria verdade. Permeiam a nossa obediência, castigam a nossa inteligência e desalentam a nossa energia criadora. Somos opinados, mas não podemos ser opinadores. Temos direito ao eco, não à voz, e os que mandam elogiam o nosso talento de papagaios. Nós dizemos não: nós negamo-nos a aceitar esta mediocridade como destino.
Nós dizemos não ao medo. Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser. O colonialismo visível proíbe dizer, proíbe fazer, proíbe ser. O colonialismo invisível, mais eficaz, convence-nos de que não se pode dizer, não se pode fazer, não se pode ser. E neste estado de coisas, nós dizemos não à neutralidade da palavra humana. Dizemos não aos que nos convidam a lavar as mãos perante as quotidianas crucificações que ocorrem ao nosso redor. À aborrecida fascinação de uma arte fria, indiferente, contempladora do espelho, preferimos uma arte quente, que celebra a aventura humana no mundo e nela participa, uma arte irremediavelmente apaixonada e briguenta."

GALEANO, Eduardo, Nós Dizemos Não, Editora Revan, Brasil, 1990.






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