quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Alunos do IFF Cabo Frio querem encontro com reitora*

Leonardo Barros


        Os alunos do Grêmio Estudantil do campus de Cabo Frio do Instituto Federal Fluminense (IFF) estão na expectativa da confirmação de uma reunião com a reitora Cibele Daher, como ficou prometido, segundo eles, pela nova diretora da unidade, Romilda de Fátima Suinka de Campos, após alguns alunos da instituição e do Grêmio terem ido, sem marcar horário, até ao campus para conversar com a nova gestora, na segunda-feira passada, ao tomarem conhecimento da exoneração do ex-diretor, César Dias. Na reunião, de acordo com eles, Romilda não teria respondido aos questionamentos sobre possíveis motivações políticas que teriam levado à exoneração do antigo diretor, em 28 de dezembro, pela reitora.
        — A Romilda chegou na última segunda-feira e, sem saber o horário que ela chegaria, nos reunimos no Instituto desde as 8h. Por volta das 10h, ela nos recebeu em sua sala, onde mantemos uma boa conversa, mas quando fizemos perguntas sobre as questões políticas que poderiam ter levado a exoneração do ex-diretor, ela se esquivou e disse que isso seria um assunto para a reitora Cibele responder. Por isso pedimos uma reunião com a Cibele e saímos com a promessa da marcação de um encontro — disse o presidente do Grêmio Estudantil, Thomas Speroni.
        Os alunos afirmaram que não estão defendendo o ex-diretor, mas que a briga principal é pela democracia na escolha do novo gestor.
        — Acompanhei o belo serviço feito pelo César no campus, mas nossa briga é para manter a democracia em nosso colégio. Se tiver que nomear outro diretor, a comunidade tem que ser ouvida. Outro fator grave desse problema é que a exoneração foi feita em um período que todos estavam de férias. Queremos explicações sobre isso — disse a diretora social do Grêmio Estudantil, Bárbara Rocha.
        A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da sede do IFF, em Campos, e foi informada que a reitora Cibele Daher estava participando de um congresso na cidade do Rio de Janeiro e que, por isso, não teria conseguido informações da possível reunião no campus de Cabo Frio.
        A Folha da Manhã também tentou entrar em contato com o campus de Cabo Frio pa-ra falar com a nova diretora, mas sem êxito.



*Matéria publicada no jornal Folha da Manhã no dia 07 de janeiro (disponível virtualmente no Folha da Manhã Online - para ter acesso às reportagens, é necessário fazer cadastro)


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"Obriga-o a compor a mentira alheia para a usar como se fosse a própria verdade. Permeiam a nossa obediência, castigam a nossa inteligência e desalentam a nossa energia criadora. Somos opinados, mas não podemos ser opinadores. Temos direito ao eco, não à voz, e os que mandam elogiam o nosso talento de papagaios. Nós dizemos não: nós negamo-nos a aceitar esta mediocridade como destino.
Nós dizemos não ao medo. Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser. O colonialismo visível proíbe dizer, proíbe fazer, proíbe ser. O colonialismo invisível, mais eficaz, convence-nos de que não se pode dizer, não se pode fazer, não se pode ser. E neste estado de coisas, nós dizemos não à neutralidade da palavra humana. Dizemos não aos que nos convidam a lavar as mãos perante as quotidianas crucificações que ocorrem ao nosso redor. À aborrecida fascinação de uma arte fria, indiferente, contempladora do espelho, preferimos uma arte quente, que celebra a aventura humana no mundo e nela participa, uma arte irremediavelmente apaixonada e briguenta."

GALEANO, Eduardo, Nós Dizemos Não, Editora Revan, Brasil, 1990.






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