segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Do Orgulho à Vergonha


        Nós, alunos, sempre soubemos antes mesmo de ingressar neste meio, que é um lugar digno de se estudar. Sabíamos que seria uma boa formação e que também estaríamos cercados de funcionários muitos eficientes e bem qualificados. Porém, não sabíamos nós que em um lugar que tanto nos deixava orgulhosos, poderiam simplesmente tomar atitudes tão autoritárias das quais não se têm prova concreta alguma. E onde estão as nossas opiniões? Apenas em salas de aulas em meio a debates sobre a desordem e a desonestidade que acontecem mundo a fora? E o que acontece em meio a nós? Apenas ficará por isso mesmo? Somos várias vozes baixinhas que juntas formam um belo tom. Talvez um tom de indignação, de vergonha, ou até mesmo tristeza. Por que fizeram de algo de que nos orgulhávamos tanto se tornar algo tão vergonhoso? Onde estão as opiniões, debates e o consenso? Talvez tenham ficado para trás. Nós sempre nos sentimos privilegiados por ter tamanha oportunidade de estudar em uma Instituição que muda a vida das pessoas e que realmente mudou, tanto a minha, quanto a de todos os alunos. Nossa rotina mudou, nossos esforços mudaram, nossas críticas, nossos olhares, nossas opiniões, nossos dias, nossas vidas... É como um novo mundo com mais portas abertas. Mas isso não é tudo! São tempos e tempos de batalhas, degrau por degrau até que cheguemos aonde queremos. E até lá... nós também queremos ser ouvidos, nós fazemos parte disto tudo. E por que tanta batalha para estar aqui se, aqui, somos meros seres humanos incapazes de falar? Porém, faremos o possível. JAMAIS SILENCIAREMOS!


Guilherme Mansano, aluno do Curso Técnico Integrado em Hospedagem.


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"Obriga-o a compor a mentira alheia para a usar como se fosse a própria verdade. Permeiam a nossa obediência, castigam a nossa inteligência e desalentam a nossa energia criadora. Somos opinados, mas não podemos ser opinadores. Temos direito ao eco, não à voz, e os que mandam elogiam o nosso talento de papagaios. Nós dizemos não: nós negamo-nos a aceitar esta mediocridade como destino.
Nós dizemos não ao medo. Não ao medo de dizer, ao medo de fazer, ao medo de ser. O colonialismo visível proíbe dizer, proíbe fazer, proíbe ser. O colonialismo invisível, mais eficaz, convence-nos de que não se pode dizer, não se pode fazer, não se pode ser. E neste estado de coisas, nós dizemos não à neutralidade da palavra humana. Dizemos não aos que nos convidam a lavar as mãos perante as quotidianas crucificações que ocorrem ao nosso redor. À aborrecida fascinação de uma arte fria, indiferente, contempladora do espelho, preferimos uma arte quente, que celebra a aventura humana no mundo e nela participa, uma arte irremediavelmente apaixonada e briguenta."

GALEANO, Eduardo, Nós Dizemos Não, Editora Revan, Brasil, 1990.






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