No dia 04 de janeiro, foi publicada, no site oficial do Instituto Federal Fluminense, uma matéria entitulada "Reitora nomeia nova diretora para o campus Cabo Frio". Através desta, Cibele anuncia, oficialmente, a destituição do diretor César Dias e sua substituição imediata por Romilda Suinka, que até então atuava no Instituto como Pró-Reitora de Ensino. Os argumentos utilizados consistem, basicamente, em uma teórica falta de comunicação entre o campus e a Reitoria, além da quebra de confiança que teria se dado entre ela e o diretor. Alega que “para que nosso Instituto se fortaleça verdadeiramente é preciso que aprendamos a atuar de forma sistêmica, o que só é possível quando se estabelece uma relação de parceria e confiança, o que, infelizmente, não vinha acontecendo." Além disso, procura ressaltar as qualidades de Romilda: seu histórico na instituição, contribuição para a implantação do campus na Região dos Lagos e qualificação. Não conseguimos ver o motivo para tamanho alarde. Afinal, jamais pusemos em dúvida a capacidade de gerenciar de Romilda, que, inclusive, já havia atuado no campus como Gerente de Ensino antes de sua saída para assumir o cargo da Pró-Reitoria. Mas pra que martelar tanto na mesma tecla e insistir em tentar nos fazer acreditar que Romilda será, pelos tantos motivos ditos anteriormente, a melhor coisa para o campus, se no fundo o histórico do profissional nada interfere nas decisões da Reitoria? Tomemos o próprio César como exemplo: funcionário exemplar, presenciou e participou da maioria dos debates quanto à instalação de um campus do IFF em Cabo Frio, histórico impecável como gestor - havendo sido, inclusive, diretor de Campos pelos oito anos que antecederam a entrada de Cibele como diretora. E, ainda assim, "descartado" pela Reitoria.
Cibele quer nos levar a crer que a chegada de Romilda melhorará a conflituosa relação campus-Reitoria e que essa melhora refletirá diretamente em nossas vidas acadêmicas. Que teremos o diálogo com a Reitoria facilitado, visto que é dever do(a) gestor(a) servir como mediador, papel que, de acordo com Cibele, César não estaria desempenhando dignamente. Será?
"É importante valorizar a relação igualitária entre as unidades de uma mesma instituição, valorizando a todos e a todas, indiscriminadamente, elevando a participação dos alunos e servidores." Engraçado, não pareceu ser essa a intenção da Reitoria ao escamotear seus reais motivos para destituir o professor César e ainda realizá-lo nas férias, às vésperas da virada do ano, época em que “a participação dos alunos e servidores” se tornaria praticamente IMPOSSÍVEL. Estranho, não?!
Em algum momento do texto, fala-se sobre confiança. No entanto, parecem esquecer que a confiança de que falam não deveria englobar apenas o limitado núcleo diretor-reitor. A confiança pela qual todos deveríamos estar batalhando, sendo essa, imprescindível, é aquela que se estabelece entre o aluno e a Instituição. E essa confiança foi, infelizmente, quebrada.
Não acreditamos que o que Cibele queira seja comunicação. Se fosse de seu interesse estreitar as relações com o alunado, não teria agido como agiu, de forma escamoteada e covarde. Qualquer laço de confiança que poderia ter sido traçado ruiu. Qualquer vínculo que poderia ser estabelecido se tornou impossível. Ela tratou de tornar inviável o seu principal objetivo (de acordo com ela): a tal da comunicação. Ela o fez, e não César.
Mas será comunicação o que se quer, ou uma “prestação de contas”? Para a Reitoria, pelo que parece, comunicação é sinônimo de dependência. Nosso campus apresentou um crescimento inigualável se comparado aos outros campi do Instituto que possuem o mesmo tempo de funcionamento. Estender seus tentáculos e engoli-lo é apenas uma tentativa de minar a excessiva independência adquirida.
Estamos, ainda, analisando as leis citadas por Cibele, que norteariam suas ações quanto à troca de gestão do campus. No entanto, pesquisas recentes apontam para a existência de diversos campi de Institutos Federais que, mesmo tendo tempo de funcionamento inferior a 5 anos, já fizeram suas eleições. Sabendo-se que, legalmente, quando uma causa é ganha, abre-se precedente para as demais semelhantes, nossa luta pelo direito às eleições é, ao contrário do que alega Cibele, constitucional! Não desistiremos assim tão fácil.
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